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Produção do Podcast Diários e Confissões

Atualizado: 4 de set. de 2020

Pequeno histórico e motivação pessoal

A editora Yaguarú vai apresentar dia 13 de agosto o primeiro episódio da segunda temporada do nosso primeiro podcast, o Diários e Confissões. Inspirado pelo livro de contos de mesmo nome e escrito por mim, que também faço a produção e apresentação do podcast.

A primeira temporada foi uma aventura. Decidi fazer o programa para experimentar esse formato do qual sou consumidor e admirador. E essa admiração começa também pelo meu gosto por programas de rádio. Nos próximos parágrafos falo um pouco sobre mim e meu interesse na produção de programas de áudio. Ao leitor interessado no tutorial propriamente dito, aconselho a pular para o próximo título.

Na infância, tive bastante contato com a rádio. Nasci e morava em Jaguarão, fronteira com a cidade de Río Branco, Uruguai. Uma uruguaia que trabalhava em minha casa, ouvia sempre e acabei me interessando, decorava algumas músicas, tinha raiva de outras, ficava atento com algumas histórias de terror contada. Lembro de momentos sem luz na cidade em que ouvíamos rádios AM do centro do país ou mesmo do Uruguai. Na cidade havia apenas uma rádio AM.

Um pouco mais velho, aos dez ou onze anos, surgiu uma rádio FM em Río Branco, e comecei a ouvi-la por tocar mais rock. Há pouco tempo eu tinha escutado o disco Sexo! Do Ultraje a Rigor. Ali tinha uma única música proibida de ser veiculada em rádio e televisão (na época, os discos saíam com um selo na capa avisando a proibição). Numa manhã, escutei aquela música proibida, Prisioneiro o nome, tocando nessa rádio do Uruguai. Adorei aquela sensação de liberdade e transgressão.

Saí de Jaguarão aos doze anos, em 1988, e voltei para a cidade em 2011. Trabalhando na Universidade, meu primeiro projeto de pesquisa foi com rádio e jornal da fronteira, Cultura, mídia e fronteira. Fiquei dois anos analisando a comunicação da fronteira. Depois, com um colega de universidade, ainda tentamos organizar programas de rádio ou mesmo tentar a criação de uma parceria com uma rádio local, mas não conseguimos levar adiante.

Como professor de roteiro, tive a oportunidade de estudar sobre roteiro de rádio, quando dei aulas no curso de comunicação da UNISC, em Santa Cruz do Sul, em 2010. Aliás, um pouco antes, quase entrei em um curso para radialista, mas não pude ir exatamente porque minhas viagens a Santa Cruz batiam com os dias das aulas desse curso.

Com esse histórico, no momento em que os podcasts começaram a se desenvolver no Brasil, comecei a acompanhar alguns programas. E um dos motivos que me incentivou a tentar realizar o primeiro programa foi ter ouvido um episódio de um dos podcasts que deu diversas dicas sobre captação, edição e mesmo formato de programas. Fui atrás das ferramentas e segui estudando.

Hoje, nessa primeira postagem sobre podcast, vou elencar as ferramentas de captação usadas na primeira temporada e agora. Em outros momentos, falarei sobre edição, produção e formato.

A captação do áudio na produção do Diários e Confissões

A primeira e a segunda temporada tiveram a captação de áudio de maneiras diferentes. O motivo principal para isso foi que, na primeira temporada as entrevistas foram presenciais. Nessa segunda, todas foram através do uso da internet.


A PRIMEIRA TEMPORADA

Para gravar meu primeiro podcast eu já tinha equipamentos bons. Um podcast pode começar a ser produzido usando apenas o celular ou a captação do computador. Quando o programa é apresentado por uma só pessoa, fica ainda mais fácil. A qualidade de captação de som da maioria dos celulares já é bastante satisfatório para uma primeira inserção no mundo podcástico. As ferramentas presentes nos celulares para a gravação de voz serão capazes de captar uma voz nítida e gravá-la com boa qualidade. Baste se preocupar com um ambiente que não seja barulhento ou que provoque muito eco. Então, evite a sala de estar e o banheiro.

Porém, meu podcast contava sempre com pelo menos um convidado. Por isso, me utilizei de ferramentas que eu já tinha por trabalhar com audiovisual e música. Então, gravei os programas no gravador digital Zoom H4. É um ótimo gravador, com dois microfones incorporados que são muito bons para captação de ambiente e ainda tem a possibilidade de gravar em mais dois canais, com dois microfones mais. Antes desse gravador, tive uns 3 gravadores digitais mais simples. E antes deles, andava sempre com um gravador minicassete para gravar ideias de músicas e outras coisas enquanto eu andava de ônibus ou estivesse na rua. Mas isso estou falando de uma era antes da existência do celular (falei com o Paulo Olmedo sobre isso num podcast da primeira temporada, o da Ideia, ou do Processo criativo).

Além do gravador, usei também dois microfones unidirecionais, um microfone que é mais utilizado em audiovisual, e outro condensador, mais utilizado em estúdio de gravação musical. Os dois eu já tinha há bastante tempo (o segundo, já há uns 15 anos, no mínimo, o outro um pouco mais de dez anos). Então, comecei com esse equipamento todo, porque eu já os tinha.

Minha preocupação nas entrevistas era com o entrevistado, pois minha voz não iria sair (algumas vezes acabei usando minha voz na conversa, mas a ideia inicial era fazer a gravação das perguntas em estúdio, ou seja, sozinho no meu escritório). Então, eu usava um microfone dos citados acima direcionado ao entrevistado, e algumas vezes usava inclusive os dois, e eu ficava com o microfone do gravador. Ou eu ficava com o microfone yoga, e deixava o Behringer, de muito melhor qualidade, para o entrevistado.

Mas não houve nada muito fixo, fui mudando durante o processo.

Gravar o áudio no gravador, implica coloca-lo depois no computador para a edição. Mas sobre a edição, falarei em outra postagem.

Assim, o áudio da primeira temporada teve certa variação de um programa a outro, o que não é o ideal. Mas como um amador experimentando um formato novo, não fiquei muito descontente com isso, o que valia mais eram as histórias.


A SEGUNDA TEMPORADA

Pra essa temporada, precisei usar ferramentas de reunião online para a gravação. Usei várias e vou colocar na descrição de cada programa. Essas ferramentas eu nem conhecia até o início da pandemia, ou melhor, havia ouvido falar do Discord, mas não havia experimentado.

Nas primeiras entrevistas me precavi e fiz a gravação também no gravador Zoom, através da saída de áudio do computador. Falo disso mais adiante, mas ficou mais como segurança, acabei não utilizando essa gravação nas edições.

Os aplicativos que usei foram o Zoom, Google Meet e o Discord. O Zoom e o Discord trazem a possibilidade de gravar os usuários em áudios separados. O meet grava só em sua versão premium e o áudio não sai separado, ele vem junto com a imagem. O Zoom faz uma gravação do vídeo e áudio juntos, mas tem a possibilidade de criar um arquivo de áudio separado, só áudio, e ainda, uma possibilidade ainda melhor, que é gravar o áudio de cada interlocutor de maneira separada, mesmo na versão gratuita.

Nas próximas postagens, vou dar detalhes e trazer imagens de uso, aí sim, explicando cada ferramenta. Abaixo deixo alguns links ilustrativos dos equipamentos mencionados. São apenas para informação, mesmo o link com venda, não fiz a pesquisa para saber se era o mais barato ou mais confiável.

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